Sua História

Este espaço é para você, visitante. Nele buscamos compartilhar histórias das famílias , das fugas do Genocídio, das perdas. Aqui reunimos a maior prova da existência do Genocídio Armênio: seus descendentes.

Escreva com a maior riqueza de detalhes possível. Não se preocupe se ficar extenso. Também incentivamos não armênios simpatizantes com a causa e descendentes que não conhecem a história de sua família a contarem como e quando entraram em contato com a causa armênia, e sua relação com o reconhecimento do Genocídio. E lembre-se, armênio ou não, busque sempre saber a história de suas raízes.
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Victoria

Sobrenome da família: Kassapian
  Boghos é um nome de origem grega e por ironia do destino significa "pequeno", já que Boghos era muito alto e calçava sapato 44. Esse nome vem do apelido do apóstolo dos Gentis, como ele, uma pessoa extremamente gentil, em português significa Paulo. Boghos era um homem simples e bom que ficou viúvo tragicamente. Sua esposa e filho tinham sido capturados, em sua ausência, pelos turcos, muçulmanos, no triste e lamentável episódio do Genocídio Armênio, o primeiro Genocídio do século XX, que foi contra a nação armênia cristã. A pobre mulher, quando se viu num momento de tragédia como essa, de invasão, sozinha, entrou em pânico e desesperada fugiu de seus algozes, com o bebê no colo, pois sabia o que estava acontecendo às mulheres capturadas, para não ser estuprada e assassinada, junto com a criança, escolheu pular do alto de uma montanha, num precipício, juntamente com a criança. Imaginem isso...
 
  Como era de hábito, nessa guerra, os turcos, que eram pessoas ignorantes e radicais, não aceitavam a cultura e tradição cristã da nação armênia (descendentes dos euro-indianos) e faziam atrocidades, subjugando e assassinando os maridos e filhos das mulheres Armênias que eram capturadas, para serem estupradas e ser imposto, a elas, a criação de filhos turcos. Depois dessa tragédia toda, Boghos, só no mundo e traumatizado com a perda da família, alugou um quarto, na casa de Elisabeth, minha avó, que tinha ficado viúva de Torós, meu avô, também levado e assassinado pelos turcos. Elizabeth estava grávida de Dentchali, minha mãe, e em estado avançado de gestação, estava impossibilitada de trabalhar fora de casa por isso alugava quartos e cuidava da alimentação e roupa das pessoas, para poder sobreviver nesses tempos difíceis, com Stepan e Sara, seus outros dois filhos. Com o passar de tanto tempo juntos e próximos de tanta tragédia, Boghos e Elizabeth foram se aproximando afetivamente e, unindo o útil ao agradável, ele propôs casamento para Elizabeth, com quem já simpatizava, dizendo que podiam cuidar um do outro, já que estavam sozinhos e se queriam bem. Foi um excelente pai para Dentchali, que nasceu logo depois, registrando-a em seu nome e cuidou da nova família que o Universo lhe deu de presente, o resto da vida, com amor e dedicação. Foi um homem trabalhador, justo, simples e de bom coração, que sobreviveu à guerra e às hostilidades humanas. Veio para o Brasil em 1947, com toda a família e apesar do triste destino anterior e de todas as dificuldades pelas quais passou, viveu até os 76 anos de idade, depois de se tornar avô de Elizabeth e Victoria, eu, filhas de Dentchali, tendo falecido na cidade de São Paulo, em 1960.
 
  Primogênito de Torós Ohanian (1882-1918) e Elizabeth "..." Ohanian (1886-1936), morreu na juventude, antes da segunda guerra mundial, na época do Genocídio Armênio, massacre que ficou na História. Até Hitler, na época do nazismo, sendo questionado sobre o Genocídio dos judeus, comparou e disse: "alguém se lembra do Genocídio Armênio?" prosseguindo com sua loucura exterminadora. Stepan Ohanian (1905-1920) desapareceu, pouco antes de embarcar com a família, para fugir do massacre dos turcos. Jovem e ingênuo, não avaliou realmente a gravidade da tragédia que acontecia e voltou correndo para buscar seu chapéu de escoteiro, em casa, indo ao encontro da morte, pois jamais alcançou o navio que partia e nunca mais se soube dele. Provavelmente foi capturado e assassinado, como tantos outros jovens Armênios naquela época tão trágica, quando o ódio irracional de um povo, contra outro, massacrava mulheres e crianças, numa guerra estúpida, como todas as guerras, tão inúteis, que não produzem nem criam nada. Restaram apenas as lágrimas infinitas de sua mãe, Elizabeth "..." Ohanian (1886-1936) que teve que ser arrastada para o navio e partir com a família, sem seu primogênito, que não voltava. Esperou por ele no cais do porto de Pireus, em Atenas, dia após dia, ia para lá e ficava observando o horizonte, horas a fio, olhando para o nada. Nunca se recuperou e terminou seus dias triste e melancólica, esperando pelo filho que jamais retornou.

Missak

Sobrenome da família: Khachikian
  MEU PAI SIRAGAN KHACHIKIAN, FICOU ORFÃO E VEIO AO BRASIL COM TIA TINHA 12 ANOS DE IDADE