“Um Genocídio não ocorre de forma aleatória. Ele é o fruto da intencionalidade deliberada de um governo, Estado ou instituição organizada – partidos políticos, por exemplo – que tenha meios para infringir uma minoria étnica, nacional, racional ou religiosa um estado físico ou mental de degradação. A definição passa impreterivelmente pela qualificação do extermínio daquele grupo específico, e não outro qualquer, pelas mãos dos que teriam o dever ético, moral e jurídico de protegê-los. E ainda, o Genocídio ocorre pela inação da comunidade internacional, que toma um papel passivo na prevenção e sanção dos crimes contra a humanidade. Destarte, a impunidade de um ato genocida incentiva outro. Perpetradores percebem que nada se faz aqueles que infringem minorias a condições degradantes. Cria-se uma espécie de jurisprudência genocida universal, onde um algoz perpetrador aprende e se legitima com e no outro. Para Peter Balakian, a sistemática ausência de punição aos responsáveis atua na psicologia social do grupo do qual os perpetradores pertencem, legitimando massacres e genocídios.”
Conflitos Armados, Massacres e Genocídios. LOUREIRO, Heitor